quarta-feira, 27 de março de 2013

Exposições artistas

Segunda-feira, dia 25/03/13, fui até alguns locais de Joinville conferir trabalhos dos artistas abordados no Projeto "Arte Jlle" - na CVJ (Câmara de Vereadores de Joinville) e foyer do TJM (Teatro Juarez Machado - Av. José Vieira, 315 - Centro), no Centreventos Cau Hansen.

Na CVJ (Av. Herman August Lepper, 1100, no Bairro Saguaçu), encontrei trabalhos de Fritz Alt, além de vários outros artistas, como Ricardo Kolb e Linda Poll, do projeto Itinerarte. Veja algumas fotografias:

Foto: Juliana Rossi. Assinatura de Fritz Alt (1950).

 Foto: Juliana Rossi. Cartaz da exposição "Fritz Alt: Memória e Identidade.
  
Foto: Juliana Rossi. "Beethoven", busto em bronze, 1953.


Foto: Juliana Rossi. "Lucy Paes". Herma em bronze, s/d.

Foto: Juliana Rossi. "Rudolf Brand". 
Baixo-relevo em bronze, data: 1944.

Além dessas, há muitas outras obras expostas de Fritz Alt. Ver ao vivo, não tem preço, pois é possível visualizar de perto os detalhes, o volume, a textura. Quanto mais conheço os artistas e suas obras, mais os admiro!

Atravessando a rua, no foyer do TJM, há a exposição "Desafios na arte - Décadas de 70-90 - Artistas de Joinville", com trabalhos de Mário Avancini e Hamilton Machado, mas também de artistas como Môa, Ricardo Kolb, Edith Wetzel, Luiz Si, Antônio Mir, Linda Poll, Luciano da Costa Pereira, dentre outros. 

As obras, que fazem parte do Projeto Itinerarte, compõem o acervo do Museu de Arte de Joinville (MAJ), sob curadoria do Conselho Consultivo.

Confira algumas fotografias dos trabalhos dos artistas integrantes do "Arte Jlle":

Foto: Juliana Rossi. Escultura de Mário Avancini. Série Ecologia, 1990. Mármore Cristal.

Foto: Juliana Rossi. Detalhe de trabalho de Hamilton Machado. S/Título, 1980. 
Acrílica s/eucatex. 219 x 121 cm.

Foto: Juliana Rossi. Trabalho de Mário Avancini com trabalho de Hamilton Machado ao fundo, na parede.

Foto: Juliana Rossi. Detalhe de trabalho de Hamilton Machado. S/Título, 1980. 
Acrílica s/eucatex. 219 x 121 cm.

E, como hoje (27/03) é dia do Grafite (além do Dia do Teatro e do Circo), caminhando fora do Centreventos, não podemos deixar de citar o grafite nas paredes laterais do estacionamento:



Ainda que os artistas abordados em questão não tenham sua produção comumente expostas na cidade, esse é um bom momento para poder apreciar seus trabalhos ao vivo. E melhor, dá para ver os trabalhos "a pé"! 

Os únicos artistas em que não foram encontradas obras expostas nesses dois locais e que são abordados no "Arte Jlle" foram Eugênio Colin e Victor Kursancew.

Mas, não fique satisfeito apenas com as fotos, veja ao vivo!
;)

sexta-feira, 22 de março de 2013

HAMILTON MACHADO - parte II



Biografia - parte II
(clique aqui para ler a parte I)

Hamilton destacava também, de forma instigante em suas obras o lado lírico, sensível, energia, força e disposição do homem. Algumas vezes com concepções heroicas e de muita grandeza e, outras vezes, de forma enigmática e surreal. 

Suas próprias palavras afirmam: "Sempre dei destaque ao ser humano como personagem mais importante do universo. O homem como personagem do dia-a-dia é egoísta, ambicioso, vem destruindo a todo instante nossa fauna e flora. Por isso que meu trabalho é uma crítica ácida e feroz a esse posicionamento do homem" (apud ARTIOLI, 2004, p. 4).

"Flagrante do guerreiro". 1980. Acrílica sobre tela. 40x32cm. Acervo do MASC. Disponível em: http://www.alquimidia.org/masc4/index.php?mod=acervo&ac=obra&id=440


Seus trabalhos eram desenvolvidos após muita leitura e pesquisa. Sua produção artística pode ser ligada ao ao Realismo Fantástico[1] com elementos oníricos e uma simbologia própria que se repete em várias de suas obras, muitas vezes com pássaros, cavalos e livros abertos que são poeticamente empregados pelo artista (ARTIOLI, 2004).


Título não referenciado. Foto: Arlei Schmitz (foto de Marina Mosimann). Fotografia copiada da reportagem "Um álbum para Hamilton Machado" - Jornal A Noticia de 26 de agosto de 2002.  Disponível em: http://www1.an.com.br/2002/ago/26/0ane.htm


Hamilton sobrevivia fazendo retratos, logos, cartazes e ilustrações. “Durante sua vida obteve o reconhecimento da qualidade de seu desenho e de sua obra dentre vários críticos do cenário nacional, como Harry Laus, Walmir Ayala, Adalice Araújo, entre outros”, afirma Artioli (2004, p. 5).

Marina Mosimann, ex-diretora do Museu de Arte de Joinville (MAJ) e proprietária da Galeria de Arte Lascaux (que atualmente não se encontra mais em funcionamento) afirma que "devido a seu temperamento introvertido, seu modo de ser impediu-o de tornar-se uma celebridade nacional. Fechado, não permitia aberturas, principalmente da mídia. Não se deixava ir ao encontro da crítica e nem que ela viesse até ele"  (apud ARTIOLI, 2004, p. 5).


Hamilton Machado. Foto: Arquivo pessoal/divulgação. Disponível em: Jornal A Notícia de 26 de ago. de 2012. Disponível em: http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/noticia/2012/09/ha-20-anos-joinville-perdia-quatro-importantes-figuras-de-seu-cenario-artistico-3896926.html

Nos últimos anos, trabalhou com novas propostas, mas sem abandonar o estilo de desenho mais clássico. Seu traço é livre mas sem detalhes, pois assume uma grande espontaneidade. O crítico de arte Marc Berkowitz afirma que Hamilton revela o seu talento e a sua criatividade de interpretar as coisas que nós apenas sentimos e os seus olhos enxergam (ARTIOLI, 2004). 

Exímio e ágil desenhista, uma das técnicas que mais explorou foi a do bico de pena. Paisagens e naturezas mortas foram pouco criadas, pois seu tema mais abordado era o ser humano. 


"Mulher com gato". Nanquim e bico de pena. Dados não referenciados. Disponível em: blog da artista Asta dos Reis - http://blogdaasta.blogspot.com.br/2012/01/desenhodo-neolitico-ao-contemporaneo.html?showComment=1354119905843#c6929942753336385241


Tinha grande admiração por Picasso. Logo, teve uma fase cubista, com geometrizações e explorando diferentes ângulos e planos em suas telas. Chegou a fazer a inscrição “SOCAPI”, referenciando-se a Picasso (ARTIOLI, 2004). Assim como no Cubismo, transitou também pela Pop Art, mas não levou muito adiante, mesmo que sua produção é fortemente ligada a desenhos publicitários e comerciais.

Executou obras com outros artistas, como o artista falecido e também professor da Casa da Cultura, Luiz Si. Intitulou-se como “mestre”, referência para seus alunos. Gostava de ouvir música clássica, e, ao seu lado, tinha sua filha Joanna como companheira de desenhos e pinturas, a qual ele gostava de incentivar com material e liberdade.


Hamilton com a filha Joanna. Dados não referenciados. Foto extraída de reportagem do Jornal A Notícia de 11 de maio de 2010. Disponível em: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2899684.xml&template=4187.dwt&edition=14667&section=1186

A mãe e a filha, depois de sua morte, se mudaram para o Rio de Janeiro. Longe da produção de seu pai – levaram apenas seis obras para o Rio -, a filha acredita que não há tanta dedicação ao talento de seu pai que decora casas e ocupa o acervo do MAJ; ela lamenta o fato do quanto a imagem de seu pai foi se apagando com o tempo, segundo reportagem do Jornal A Notícia, de Rafaela Mazzaro em 2010.

O MAJ possui cerca de dez peças do artista em seu acervo, como pinturas, bicos-de-pena e desenhos cedidos pelo autor, que foram adquiridos pelo município e doados pela comunidade. Em 2009 aconteceu uma exposição das obras no MAJ, intitulada “Memórias de um Acervo”. Hoje, além da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, o MAJ também possui uma sala com seu nome.


Título não referenciado. 1981. Nanquim sobre papel. 32x19cm. Acervo do MASC. Disponível em: http://www.alquimidia.org/masc4/index.php?mod=acervo&ac=obra&id=596


Sua filha, Joanna, afirma que “Apesar do jeito reservado, ele se considerava mestre e gostava que reconhecessem isso” (apud MAZZARO, 2010).

Artioli (2004, p. 8), em trabalho de conclusão do curso de História da Arte da Casa da Cultura, complementa sobre o artista:  "Hamilton questiona o homem em suas manifestações mais complexas. Durante sua trajetória [...] com seu traço perfeito e domínio técnico aprimorado, exprime no seu repertório clássico uma obra que brota do inconsciente".

(clique aqui para ler a parte I)



[1] Escola de pintura que surgiu em Viena por voltar de 1945, considerado o movimento da pintura austríaca pós-guerra mais típico. Combinavam o realismo minucioso com fantasia e imaginação. Peter Brüegel foi um grande inspirador dessa corrente estilística nas artes (ARTIOLI, 2004).


Referências


ARTIOLI, Ana Cláudia M. Moreira. Atividade sobre o artista joinvilense Hamilton MachadoEscola de Artes Fritz Alt. Professora Berenice Joanna Mokross. 17 de nov. de 2004.

Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em:http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3650. Acesso em 15 de jan de 2013.

MAZZARO, Rafaela. Traços de liberdade. Jornal A Notícia, Joinville, 11 mai. 2010. Caderno Anexo, p.1.

PEREIRA, Mariana. O legado de um artista. Jornal Notícias do Dia, Joinville, 8 mai. 2009. Caderno Plural, p. 1.

UM 1992 que não deve ser esquecido. Jornal A Notícia, Joinville, 26 set. 2012. Caderno Anexo, p. 1.

Arte Jlle na mídia

Confira a reportagem sobre o blog Arte Jlle que saiu no dia 13 de março de 2013, no Jornal Notícias do Dia. Endereço: http://ndonline.com.br/joinville/plural/56110-professora-cria-site-com-informacoes-sobre-cinco-artistas-de-joinville.html

Foto de Rogério Souza. 

Por Poliana Santos:
"A necessidade de encontrar na internet informações sobre artistas locais fez com que Juli Rossi, 27 anos, professora de desenho na Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, criasse um blog para divulgar informações sobre a biografia, curiosidades e obras de alguns artistas joinvilenses que já morreram.
No endereço http://artejlle.blogspot.com é possível encontrar dados sobre Eugênio Colin, Fritz Alt, Hamilton Machado, Mário Avancini e Victor Kursancew. 'Os mais contemporâneos estão na internet e também estão fazendo suas exposições. Escolhi estes cinco artistas porque a produção deles vai desde o clássico até o moderno e muitos deles é quase impossível achar informações na internet', explica a professora que também é desenhista.
O blog surgiu no ano passado, quando Juli começou a fazer mestrado em educação na Univille, onde se formou em artes visuais. Decidiu criar o mecanismo virtual como tema de sua dissertação. 'Atualmente, quando faço uma busca na internet, aparece que uma obra do Eugênio Colin está a venda em um site de leilão e vêm informações em colunas sociais, mas não tem dados sobre as obras e a vida dele', revela."
Confira a reportagem na íntegra acessando a página com o conteúdo online da reportagem: http://ndonline.com.br/joinville/plural/56110-professora-cria-site-com-informacoes-sobre-cinco-artistas-de-joinville.html

domingo, 17 de março de 2013

VICTOR KURSANCEW - biografia

Biografia - parte I

Exímio aquarelista, pintor, desenhista e retratista, nasceu em Bendzin, Polônia, em 03 de setembro de 1919. Morou na Áustria e, aos 20 anos, conheceu sua esposa Marianne e juntos chegam ao Brasil em 1949. Autodidata, foi no Brasil que consagrou sua veia artística, chegando a morar no Rio de Janeiro - RJ e depois em Rio Negrinho – SC.

Paisagem marinha. Óleo sobre tela. 1962. 0,44x0,71 m. Disponível em: https://docs.google.com/presentation/d/1wnr86IRMWFKx_vM6YEA0vLinL_yTj6OgsugohVJihE4/edit?authkey=CLfYjKEE#slide=id.i194

  Chegou em Joinville em 1952 onde fixa residência e participa da fundação da Escola de Artes Fritz Alt, escola integrante da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, onde lecionou desenho e pintura. Falava cinco idiomas eslavos, além de inglês, português e alemão.


Coreto do Jardim Lauro Müller. Série "Joinville Antiga". Aquarela, 0,28x0,21m. 1975.



Kursancew explorava todos os campos do desenho e da pintura, usando diferentes técnicas como carvão, crayon, bico-de-pena, tinta a óleo e aquarela. Em reportagem do jornal A Notícia, a jornalista Mazzaro (2010), afirma que “De cara, pouco se reconhece se uma obra é uma legítima criação de Victor Kursancew. As várias formas com que dava vida às suas criações não remetiam a uma só identidade artística”. Alguns de seus ex-alunos também seguiram a carreira do professor, como Marli Swarowsky e Asta dos Reis.

Os Quatro Cavaleiros. Óleo s/tela, 1,80 x 1,40m. Data desconhecida. Disponível em: https://docs.google.com/presentation/d/1wnr86IRMWFKx_vM6YEA0vLinL_yTj6OgsugohVJihE4/edit?authkey=CLfYjKEE#slide=id.i12

Anexa à Casa da Cultura, há a Galeria Municipal de Arte que, em sua homenagem, leva seu nome. Fundada em 1982, dois anos após sua morte, lá acontecem exposições de artistas contemporâneos itinerantes e de alunos da Escola de Artes Fritz Alt. 

Porém, a única tela que compõe o acervo é um quadro de 1984 que retrata Santos Dumont, entre as 324 peças da galeria. A instituição também possui um livro onde há o levantamento de 90 produções documentadas.

Santos Dumont. Imagem extraída da reportagem do Jornal A Notícia. Disponível em: http://www.an.com.br/2007/mar/22/0ane.jsp



CONTINUA... Clique aqui para ler a parte II da Biografia).

Referências


VICTOR KURSANCEW. Disponível em: <http://galeriavkjoinville.blogspot.com.br/>. Acesso em 13 set. 2012.

VICTOR Kursancew, o boêmio rigoroso. Jornal A Notícia, Joinville, 9 mar. 2011. Anexo, Caderno de aniversário do A Notícia, p. 28.

MAZZARO, Rafaela. Lutando pela própria arte. Jornal A Notícia, Joinville, 12 mai. 2010. Anexo, p. 1.

SCHMITZ, Cristiane. Redescobrindo Kursancew. Jornal A Notícia, Joinville, 22 mar. 2007. Anexo, p. 2.


sábado, 16 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

FRITZ ALT - biografia

Biografia - parte I


Fritz Alt nasceu em Lich, na Alemanha, em 17 de setembro de 1902. A família de Friedrich Alt – conhecido como Fritz Alt – era bastante ligada à guerra, pois seu pai, que era professor e escritor, foi convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial. No final do conflito, Alt se alistou como voluntário. Heinrich, seu irmão um ano mais velho, morreu quando combatia as tropas russas na Segunda Guerra Mundial. Alt, quando jovem, chegou a atuar no combate contra a Polônia durante dois meses, que reivindicava territórios alemães. Antes de seu alistamento no exército, chegou a estudar escultura.

Monumento a Dona Francisca. Foto: Walter de Queiroz Guerreiro. Disponível em: http://www.mubevirtual.com.br/pt_br?Dados&area=ver&id=338 (acervo digital sobre a produção escultórica brasileira).

Entre junho de 1920 e setembro de 1921 Fritz vai estudar no Instituto Estadual de Arte em Frankfurt, depois de ter concluído o curso básico ginasial na Escola de Formação de Artistas em Offenbach. Não se sabe (ainda) as razões que o fizeram deixar o seu país natal. Assim que chega ao Brasil, passa a morar no Rio de Janeiro. Segundo Schwarz (2007), o serviço de imigração brasileira  o classificou como "inútil" ao ouvir do alemão que sua profissão era escultor.

Obra: A vida e a morte.  Foto de Gabriela Borges. Disponível em: http://cegoguiandocego.blogspot.com.br/2010/06/fritz-alt.html

Logo após morar no Rio de Janeiro, Alt é enviado a Joinville em 1922 para trabalhar na lavoura. O exército o considera “sem profissão”, pois não concluiu o ensino superior. Em Joinville, contrai malária e é tratado pelo médico militar do 13º Batalhão de Caçadores e passa a fazer serviços de pintura naquele local. 

Painel de mosaico do Sesi. 1949. Dimensões de 500 x 450 cm. Endereço: Rua Ministro Calógeras, 195. Foto extraída do site: http://mosaicosdobrasil.tripod.com/id121.html

Em função de seu bom humor e pesada bagagem cultural, cultiva boas amizades, que abriram possibilidades de voltar ao trabalho artístico.
Dos anos 20 aos anos 60, Fritz Alt viveu apenas de seu ofício, a escultura. Vivia precariamente, e espalhou dívidas, mas também obras monumentais como bustos, esculturas em locais públicos e em sua casa, que hoje comporta o Museu Casa Fritz Alt. Graças aos seus conhecimentos, principalmente de compositores clássicos e filósofos alemães, era polêmico e também disputado nas rodas de conversa. Costumava trabalhar ouvindo Beethoven e Chopin. 

Museu Casa Fritz Alt. Foto: Lysandro Lima. Disponível em: http://www.sctur.com.br/joinville/museu_fritz_alt.asp


Sua biblioteca prova que gostava de ler Schiller, Goethe, Hegel, Schopenhauer, Kant e Nietzsche; segundo a jornalista Mazzaro (2010, p.1), “gastava dias em conversas intermináveis sobre a própria existência [...]. De bar em bar, como todo bom boêmio, Alt chegava a ficar dois dias sem aparecer em casa, lembra a filha”.


CONTINUA... CLIQUE AQUI PARA LER A PARTE II DA BIOGRAFIA.

Referências

FRITZ Alt, o artista ancestral. Jornal A Notícia, Joinville, 9 mar. 2011. Anexo, Caderno de aniversáriodo A Notícia, p. 30.

MAZZARO, Rafaela. Percursos das artes plásticas. Jornal A Notícia, Joinville, 13 mai. 2010. Anexo, p. 1.

SCHWARZ, Rodrigo. Verbete de bronze. Jornal A Notícia, Joinville, 25 jul. 2007. Anexo, p. 1.

______. Vida nova ao trabalhador: Restauração de mosaico recupera obra monumental de Fritz Alt, baluarte das artes plásticas de Joinville. Jornal A Notícia, Joinville, 15 out. 2006. Anexo, p. 2.

TERRAS da princesa brasileira abrigam arte do alemão Fritz Alt. Disponível em: http://mosaicosdobrasil.tripod.com/id121.html. Acesso: 15 jan. 2013.


terça-feira, 12 de março de 2013

EUGÊNIO COLIN - biografia

Biografia - parte I


Eugênio nasceu em 29 de julho de 1916. Filho de imigrantes alemães, ainda menino descobriu sua paixão pelo desenho na escola (MOREIRA, 2004). De família tradicional joinvilense, sobrinho e primo de pessoas famosas da política local joinvilense, como Max Colin e João Colin, nunca se envolveu com política (NUNES, 2008). Antes do reconhecimento, expôs em praças, bibliotecas e livrarias.

Foto do artista. Jornal AN de 09 de outubro de 2001. Site: http://www1.an.com.br/2004/mai/28/0ane.htm

Em 1930, com apenas 14 anos, parte para São Paulo e estuda no Liceu de Artes e Ofícios. Tornou-se mestre de quinze auxiliares em uma indústria de São Paulo, trabalhando com desenho e pintura de bordados e tapeçarias (MOREIRA, 2004)..

Eram nos fins de semana e feriados que visitava exposições a fim de buscar por aprendizados, dedicando-se também às aquarelas. Teve como ofício o desenho comercial e como mestre Otto C. Kaesemodel quando atuou com desenhista no Atelier Artístico Libela. Residiu em São Paulo até 1945. 

Logo quando retornou à Joinville, experimentou a tinta a óleo diante da aquisição acidental dessas tintas, mas passou a gostar do resultado (MOREIRA, 2004).

Paisagem pintada por Eugênio Colin. Fonte:  Jornal AN de 15 de maio de 2010.

Aos 30 anos, em 1946, expõe no saguão do Palace Hotel, com elogios da imprensa local e boa receptividade do público. No mesmo ano, mora por um tempo no Rio de Janeiro para estudo e aperfeiçoamento. 

Foi também em novembro do mesmo ano, que expõe “[...] individualmente na Sociedade Harmonia-Lyra durante a exposição de Flores e Arte; evento este que mais tarde viria a se transformar na Festa das Flores. O artista considera essa exposição sua apresentação oficial como pintor” (MOREIRA, 2004, p. 4).  Nesse evento, conhece o artista Fritz Alt, que o elogia mas enfatiza a necessidade de Colin achar seu próprio caminho e estilo artístico. 

Alt afirma que Colin “tem talento, mas não sabe o que faz” (NUNES, 2004, p. 4). Segundo o Caderno de Aniversário de Joinville do Jornal A Notícia de março de 2011 acredita-se que teve Fritz Alt como amigo e um estímulo para as artes. 

"Noite"(1961). Extraído de um site de leilões: http://arteavenda.wordpress.com/2012/05/31/eugenio-colin/

Colin e Alt foram os maiores responsáveis pelo impulso das artes na cidade de Joinville a partir da década de 40 (EUGÊNIO COLIN, 2011). Mesmo assim, depois de uma visita de Colin ao atelier de Fritz Alt, não acontece um estreitamento no relacionamento dos dois.

Autodidata, o único ensino em arte que teve foi no Liceu de Artes e Ofícios em SP e em 1949 na Colmeia dos Artistas do Brasil, onde morou por um tempo, no Rio de Janeiro. As aulas que teve foram aulas de Tapeçaria (MAZZARO, 2010). Depois de ficar em SP, quando volta a Joinville depois da Segunda Guerra Mundial, as atividades culturais haviam diminuído.

"Mar revolto" (1995). Extraído de um site de venda de mercadorias: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-448668981-oleo-sob-tela-eugenio-colin-_JM

Entre 1949 e 1958 realiza exposições em Joinville com temas do litoral e planalto de Santa Catarina. Mas, entre esse período, casa-se em 1950 com Gertrudes Born e teve 3 filhos: Ester, Raquel e Evandro. Foi em um hall de hotel que, depois de comprar um quadro seu, tornou-se a esposa de Colin. Gertrudes é filha de comerciantes da avenida Getúlio Vargas de Joinville (NUNES, 2008).  Logo, dedica-se ao comércio de riscos de bordados, amostras e desenhos para crochet, entre outros, no período de 1950 a 1955 (MOREIRA, 2004), período em que ganhou muito dinheiro, mas que também gastou rápido (NUNES, 2008).

Artista pintando a Santa Ceia. Fonte: Jornal A Notícia de 4 de julho de 2001. Site: http://www1.an.com.br/2001/jul/04/0ane.htm


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Referências

EUGÊNIO Colin: dono da paisagem. Jornal A Notícia, Joinville, 9 mar. 2011. Anexo, Caderno de aniversário do A Notícia, p. 31.

MAZZARO, Rafaela. Joinvilense da gema. Jornal A Notícia, Joinville, 15 mai. 2010. Anexo, p. 1.

MOREIRA, Maurício. Eugênio Colin. Trabalho de conclusão do curso de História da Arte. Casa da cultura. Escola de Artes Fritz Alt. Professora Berenice Joanna Mokross. Joinville, 2004.

NUNES, Denise Cristina Torrens. Eugênio Colin. Trabalho de conclusão do curso de História da Arte. Professora Miriam Aparecida da Rocha. Joinville, 2008.